"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que já nos levam sempre aos mesmos lugares. É tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

(Fernando Pessoa)
Já dizia uma frase clássica da obra de Homero: "Decifra-me ou te devoro". Sejam todos bem vindos!!!

sábado, 20 de abril de 2013


Ó CHUVA





Ó chuva, desabe cada vez mais forte sobre aqueles que tanto necessitam de ti. Caia! Não tão forte, que destrua as delinquentes construções criadas pelo homem, findando vidas e sonhos; e nem tão fraca, que não devolva o brilho aos olhos do povo, sobretudo o povo nordestino.
Acabe com a disputa dos animais pela falta de pastagem, diga-se de passagem, há tempo que muitos nem têm mais pelo o que disputar.
Abrande o fel estridente, que os nossos corações sentem ao ver milhões de pessoas afetadas com a sua falta; açudes secos, gado morto, que não conseguiu sobreviver comendo capim seco e com a sede.
Ó chuva, a sua falta traz problemas sociais tão sérios; a fome, a miséria, a seca... Imperam no sertão nordestino.
Há quem aponte como solução, de maneira simples, construções de cisternas, açudes, incentivo público à agricultura, com sistema de irrigação... No entanto, em um país em que a Copa do Mundo é mais importante que a educação e saúde, por exemplo, esperar uma solução efetiva das autoridades, especificamente, do governo Federal, está mais próximo de uma utopia.
Resta-me clamar por ti, ó chuva!!

Flávia Rodrigues

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