Ó
CHUVA


Ó chuva, desabe cada vez mais forte sobre aqueles que tanto
necessitam de ti. Caia! Não tão forte, que destrua as delinquentes construções
criadas pelo homem, findando vidas e sonhos; e nem tão fraca, que não devolva o
brilho aos olhos do povo, sobretudo o povo nordestino.
Acabe
com a disputa dos animais pela falta de pastagem, diga-se de passagem, há tempo
que muitos nem têm mais pelo o que disputar.
Abrande
o fel estridente, que os nossos corações sentem ao ver milhões de pessoas
afetadas com a sua falta; açudes secos, gado morto, que não conseguiu sobreviver comendo capim seco e com a sede.
Ó
chuva, a sua falta traz problemas sociais tão sérios; a fome, a miséria, a
seca... Imperam no sertão nordestino.
Há
quem aponte como solução, de maneira simples, construções de cisternas, açudes,
incentivo público à agricultura, com sistema de irrigação... No entanto, em um
país em que a Copa do Mundo é mais importante que a educação e saúde, por exemplo,
esperar uma solução efetiva das autoridades, especificamente, do governo
Federal, está mais próximo de uma utopia.
Resta-me
clamar por ti, ó chuva!!
Flávia Rodrigues
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